terça-feira, 7 de março de 2017

PROPOSTA CURRICULAR - PLANO ANUAL 4 E 5 ANOS

LINGUAGEM ORAL E ESCRITA
A aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais.
O trabalho com a linguagem se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento.
Aprender uma língua não é somente aprender as palavras, mas também os seus significados culturais, e, com eles, os modos pelos quais as pessoas do seu meio sociocultural entendem, interpretam e representam a realidade.
A educação infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências lingüísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever (RCNEI vol. 3, p.117).
Assim, o objetivo da Linguagem oral e escrita na educação Infantil é ampliar gradativamente as possibilidades de comunicação e expressão, interessando-se por conhecer vários gêneros orais e escritos, participando de diversas situações de intercâmbios social nas quais possa contar suas vivencias, ouvir as de outras pessoas, elaborando e respondendo perguntas. Familiarizar-se com a escrita por meio de manuseio de livros, revistas e outros portadores de textos e de vivências de diversas situações nas quais seu uso se faça necessário.
AVALIAÇÃO
Avaliação contínua e diária através da participação, interesse e execução das atividades feita pelos alunos.
Verificação da aprendizagem: leitura, identificação e assimilação das atividades, exercícios gráficos.
– Avaliação diagnóstica para verificar o que o aluno sabe e o que precisa saber. Avaliar através das atividades seqüenciadas. Acompanhar a aprendizagem do aluno através de relatório. Observar o desenvolvimento de forma individual.


LINGUAGEM MATÉMATICA

As crianças, desde o nascimento, estão imersas em um universo do qual os conhecimentos matemáticos são parte integrante. As crianças participam de uma série de situações envolvendo números, relações entre quantidades, noções sobre espaço. Utilizando recursos próprios e pouco convencionais, elas recorrem a contagem e operações para resolver problemas cotidianos, como conferir figurinhas, marcar e controlar os pontos de um jogo, repartir as balas entre os amigos, mostrar com os dedos a idade, manipular o dinheiro e operar com ele etc. (RCNEI vol. 3, p. 207)
Por esse motivo é importante trabalhar desenvolvendo conceitos de matemática desde a fase inicial. A escola deve ser um ambiente estimulador, que proporcione a formação do individuo para que ele possa desenvolver e construir conceitos com relação à matemática de forma significativa.
As primeiras experiências de matemática em sala de aula devem ser baseadas nas ações das crianças e na utilização de material concreto, favorecendo assim o desenvolvimento do seu raciocínio lógico matemático. Aprender números não é tarefa fácil para as crianças. O número apresenta diferentes funções, isto é diferentes leituras podem ser feitas a partir dele. O número pode se referir a quantidade de objetos, a representação de uma medida. Pode identificar uma placa, um telefone.
É necessário que a criança seja estimulada a pensar e descobrir através e situações desafiadoras adequadas ao seu nível. O professor deve estimular a criança a desenvolver sua criatividade e curiosidade deixando-a expor seus conceitos e os mediando, valorizando assim suas produções para que o aluno consiga desenvolver a autoconfiança e autonomia.
A aprendizagem se realiza através da ação, de dentro para fora, para que haja aprendizagem significativa, deve haver participação efetiva da criança, pois ela aprende a partir do contato, a partir disso, ela vai construindo seu próprio conhecimento cabendo ao professor mediá-lo.
Sabendo que a matemática é antes de tudo um modo de pensar, quanto antes esse modo de pensar for trabalhado com a criança, melhor será para sua formação, é na pré-escola o momento propicio para estimular na criança o pensamento lógico através de trabalhos com matemática.
Avaliação: Avaliação através das atividades realizadas pelos alunos e correções das lições, sempre verificando a participação, interesse e aprendizagem.
Avaliação contínua e diária desenvolvendo raciocínio lógico-matemático.

NATUREZA E SOCIEDADE

Na Educação Infantil, natureza e sociedade correspondem ao eixo de aprendizagens sobre o mundo físico e social. Entre 4 e 5 anos as crianças são capazes de dar explicações mais elaboradas e menos fantasiosas (mesmo que ainda distantes da explicação científica formal) para os fenômenos naturais - como a diferença entre o dia e a noite, por exemplo - e da sociedade em que vivem. Atividades de exploração dos espaços, do ambiente e as investigações sobre diferentes temas da natureza e da cultura são imprescindíveis para que os pequenos sejam educados para a curiosidade.
A partir dos 4 anos, as crianças começam a pensar a partir de evidências. Isso significa que algumas experiências do cotidiano levam os pequenos a formar esquemas de percepção que os ajudam a antecipar o que é natural que ocorra em várias situações da rotina. Aos poucos, a criança passa a identificar a distribuição usual de alguns objetos no espaço e também a sucessão temporal que caracteriza essas situações - como encontrar a escova de dente no banheiro e colocar a pasta na escova antes de começar a escovação, por exemplo.
Se as atividades constantemente repetidas na rotina são fundamentais para dar segurança às crianças, é igualmente importante oferecer a elas situações de exploração e investigações controladas e guiadas por você, que permitam a participação ativa de todos. Só assim os pequenos vão desenvolver novas aprendizagens e adquirir novos conhecimentos sobre o mundo, que vão além dos hábitos aprendidos nas atividades do eixo de identidade e autonomia (leia o roteiro didático sobre este eixo de aprendizagem na creche).
Por isso, na rotina da Educação Infantil, estimule que as crianças vivenciem e interajam com os espaços e os objetos, sozinhos e sob a sua orientação. Responda às perguntas feitas pelos pequenos com clareza e instigue os momentos de pesquisa, com a elaboração de problemas simples, que possam ser resolvidos. Atividades de misturas e análise de objetos são muito bem vindas, assim como a convivência em diferentes espaços, observando as características de plantas e de animais. Mas somente isso não basta. Também é no eixo natureza e sociedade que se desenvolvem noções de respeito e valorização da diversidade étnica e cultural.
Vale lembrar, que o termo "lógica" para a criança, tem um significado diferente da lógica do adulto. A criança tem uma maneira muito peculiar de entender o mundo e, à medida que cresce, tem acesso a novas informações e experiências e esquece seu antigo modo de pensar - reformula suas hipóteses.
Possibilite que as crianças descubram coisas novas e acompanhe como elas reelaboram as próprias hipóteses depois de investigá-las melhor.

Objetivos gerais:

* Integrar o aluno de forma melhor ao seu meio físico e social através da estimulação constante. Fazer com que eles adquiram experiências que facilitem a compreensão do mundo que o cerca e as inter-relações que nele ocorrem. Experimentem, observem, investiguem.







AVALIAÇÃO

A avaliação ocorrerá durante todo o processo de ensino aprendizagem, através de registros e reflexões do professor, permitindo a reorganização permanente das atividades pedagógicas colaborando assim para o êxito de todo o trabalho educacional.

MOVIMENTO

O movimento faz parte da vida da criança, antes mesmo de seu nascimento, Ao movimentar-se, ela expressa sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e postura corporais.
Guiselini (1985, p.33) afirma “que o movimento corporal é um agente educacional por excelência”. Freire (1994, p. 14), sugere que “a cada início do ano letivo por ocasião da matrícula, também o corpo seja matriculado”. Nessa perspectiva é preciso oportunizar a criança a um espaço adequado para que ela possa se expressar através de seu corpo, brincando, movimentando-se, falando.
Ao compreendermos o movimento como uma linguagem que permite à criança agir sobre o meio físico percebemos que, quanto mais rico e desafiador for o ambiente escolar, mais a criança poderá ampliar o conhecimento a respeito de si mesma, dos outros e do meio em que vive. Portanto, o educador deve criar, intencionalmente, oportunidades para que as crianças se apropriem dos significados expressivos do movimento.
Ao estimular as brincadeiras e jogos motores que contempla a progressiva coordenação dos movimentos e o equilíbrio das crianças, o educador estará oportunizando ainda as aprendizagens sociais, pois ao jogar, as crianças aprendem a competir, a colaborar umas com outras, a combinar e a respeitar regras.

Objetivo geral:

* Explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para expressarem-se nas brincadeiras e nas demais situações de interação.



Avaliação
Ocorrerá durante o desenvolvimento das atividades quando a professora deverá observar a participação, interesse dificuldades e conquistas de cada aluno, e incentivá-los onde tiverem mais dificuldades.


MÚSICA

Para a área de música, propõe-se sua incorporação à Educação Infantil como parte da formação integral das crianças, pesquisando a realidade da criança, seu conhecimento prévio e introduzindo informações básicas sobre a linguagem musical, ritmo, sua estrutura e características próprias.
Segundo o RECNEI: “Aprender música significa integrar experiências que envolvam a vivência, percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados” (RECNEI, Vol. 3, p. 48)
Nessa perspectiva, a educação musical deve estar centrada no fazer, perceber, sentir e refletir.
Qualquer proposta de ensino que considere essa diversidade precisa abrir espaço para o aluno trazer música para a sala de aula, acolhendo-a, contextualizando-a e oferecendo acesso a obras que possam ser significativas para o seu desenvolvimento pessoal em atividades de apreciação e produção. A diversidade permite ao aluno a construção de hipóteses sobre o lugar de cada obra no patrimônio musical da humanidade, aprimorando sua condição de avaliar a qualidade das próprias produções e as dos outros.
Trazer a música para o ambiente de trabalho exige, investimento em formação musical aliado a disposição para ouvir e observar o modo como as crianças percebem e se expressam musicalmente em cada fase do seu desenvolvimento.

Objetivos gerais:

* Desenvolver o ritmo descobrindo seu próprio ritmo e percebendo os diferentes;
* Discriminar e reproduzir diferentes sons;
* Discriminar estímulos visuais, sonoros, táteis, gustativos e olfativos, manipulando e conhecendo seu próprio corpo.





AVALIAÇÃO:
A avaliação deverá ser continua, levando em consideração os processos vivenciados pelas crianças, resultado de um trabalho intencional do professor.


ARTES

As artes visuais são vistas como uma área específica de conhecimento, que possibilita a criança exercitar a construção e a representação do mundo, desenvolvendo a imaginação criadora, a expressão e a sensibilidade através do fazer criativo. Diante disso o RECNEI se posiciona:
“(...) Ao rabiscar e desenhar no chão, na areia e nos muros, ao utilizar materiais ao acaso (gravetos, pedras, carvão) ao pintar os objetos e até mesmo seu próprio corpo, a criança pode utilizar-se das Artes Visuais para expressar experiências sensíveis.” (RECNEI, Vol. 3, p. 85)
Então, a proposta de trabalhar com artes visuais é permitida à criança o contato com diversos materiais que podem ser explorados e usados como expressão livre do pensamento.
Ao planejar as aulas, a educadora precisa sentir que a atividade é importante e identificar-se com ela. É necessário trabalhar com leitura de imagens, elaborar perguntas que instiguem a observação, a descoberta e o interesse das crianças e escolher um contexto para que a imagem seja apresentada. As atividades a serem realizadas envolverão diferentes materiais que permitam à criança expressar-se através de produções bi e tridimensionais. Após a avaliação é fundamental valorizar a expressão de todas as crianças expondo seus trabalhos.

Objetivos:
* Favorecer possibilidades de criar, expressar e comunicar-se;
* Promover o interesse pelas obras de arte, suas próprias produções e a dos colegas com cuidado e respeito;
* Conhecer o mundo e a cultura.




ATIVIDADE DIVERSIFICADA: DESENHO


Segundo Graciela Corsi, o desenho é primeiro registro da criança que fica historicamente gravado no papel. Ao desenhar, a criança expressa seus conhecimentos e suas experiências, mostrando sua percepção de mundo de forma singular . Por meio do desenho, a criança cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e adultos. Nesta perspectiva, quanto mais ricas forem as experiências proporcionadas pelos professores, maior e mais significativo será o desenvolvimento dessa importante linguagem pela criança.
“Os professores que conhecem o desenho infantil, têm respeito pela criança e permitem que ela seja protagonista dos seus trabalhos” (Iavelberg, 2013). A autora alerta que é preciso evitar interpretações psicológicas, seja em casa ou na escola sobre os desenhos das crianças, mas olhá-los como formas de expressão e construções simbólicas de cada uma. Os adultos podem comentar os desenhos, mas não cabe a eles julgar se são bonitos ou feios, nem exigir que sejam perfeitos e parecidos com a realidade. Iavelberg afirma ainda que, ao contrário do que se orientou na escola tradicional, a “criança não precisa copiar desenhos de adultos ou treinar habilidades para conseguir alcançá-los e fazê-los exatamente como são”. O uso cópias de desenhos estereotipados (aquele que se repete, sem transformações) e preenchimento de desenhos com cores predeterminadas também são práticas que não se adequam à proposta aqui apresentada. Pesquisas de diversos autores como Piaget e Lowenfeld ajudam a compreender as hipóteses que as crianças têm sobre os desenhos, para que serve desenhar e o que pode aparecer nos seus desenhos em cada fase de desenvolvimento. O professor de desenho não precisa necessariamente ter formação em Artes, mas ser um pesquisador de como a criança desenha e das fases que compreende essa construção, para ajudá-la em seu percurso de criação e transformação do desenho. Oliveira e Bossa (2008) abordam as etapas do desenvolvimento do desenho da criança tomando como base os pressupostos de Lowenfeld, que as caracteriza em três fases:
1- GARATUJAS
2- PRÉ-ESQUEMÁTICA
3- ESQUEMÁTICA.

Essa evolução compreende a faixa etária entre um ano e meio a nove anos,aproximadamente e, corresponde também, ao período de transição da linguagem gráfica e escrita.
Lowenfeld (appud OLIVEIRA e BOSSA, 2008), distingue três estágios de garatuja: a garatuja desordenada, a garatuja controlada e a garatuja a que a criança atribui um nome.

1-GARATUJA
1.1 Garatuja Desordenada (1 ano e meio a 2 anos)
“Inicialmente a criança garatuja desordenadamente, caoticamente, casualmente, longitudinalmente em todas as direções. Ainda não tem noção do campo total do papel” (DERDYK,1989, p.60).
As garatujas desordenadas correspondem a simples traçados feitos pela criança, linhas que seguem em todas as direções. A criança rabisca sem planejamento prévio ou controle de suas ações. Nem sempre olha para a folha para desenhar; ultrapassa o limite do papel e utiliza vários métodos para segurar o lápis. “Seu maior prazer está em explorar o material e riscar o chão, as portas, o próprio corpo e os brinquedos” (OLIVEIRA, 1994, p.44).

1.2 Garatujas Ordenadas (a partir de 2 anos)
Nesta fase a criança descobre que existe ligação entre seus movimentos e os traços que faz no papel, passando do traçado contínuo para o descontínuo. Desenha trocando intencionalmente de cor e começa a fazer formas circulares.
“Passa a olhar que faz, começa a controlar o tamanho, a forma e a localização dos desenhos no papel” (OLIVEIRA, 1994, p.44). Porém, não faz relações entre o que desenhou e a realidade.
Exemplo dessa produção é o desenho a seguir, elaborado por uma criança de 2 anos e 10 meses em situação não escolar, mas espontânea, tendo contato direto com diferentes cores para desenhar.

1.3 Garatujas nomeadas (3 anos)
Nesta última etapa, a criança começa a fazer comentários verbais sobre o desenho e passa a dar nome à garatuja. Nesta fase que acontece em média no terceiro ano de vida, é possível observar que a criança passa mais tempo desenhando e distribui significativamente melhor o traçado no papel. Essa aquisição de controle sob o traçado dá um grande prazer à criança e, a partir daí, ela se torna capaz de grafismos mais ricos e mais complexos. Os movimentos circulares e longitudinais convertem-se em formas reconhecíveis. Pouco a pouco, as crianças passam a atribuir significados a seus desenhos nomeando-os. Elas percebem que há uma analogia entre o traçado que realizaram, sem necessariamente ter tido uma intenção prévia, e algum objeto que elas conhecem.
Em OLIVEIRA (1994, p.45) podemos encontrar que “Alguns movimentos circulares associados a verticais começam a dar forma a uma figura humana (esquema céfalo-caudal)”.

2. FASE PRÉ-ESQUEMÁTÍCA (4 a 06 anos)

Na faixa etária compreendendo as idades entre quatro a seis anos, surgem as primeiras formas representativas mais próximas à realidade que a criança teve a intenção de produzir.
OLIVEIRA (1994, p.45) menciona aspectos típicos dessa fase pré-esquemática, dizendo que "a consciência da analogia entre a forma desenhada e o objeto representado se afirma ". A criança agora começa a organizar seus desenhos representativos.
A partir desse momento, começam a surgir no desenho das crianças figuras reconhecíveis. “A criança desta fase ainda não é capaz de organizar uma representação gráfica formando um todo coerente. Os objetos são desenhados de forma solta e a relação entre eles é subjetiva” (OLIVEIRA, 1994, p.46).
Resumindo, as principais características dessa fase são:
a) a criança desenha o que sabe dos objetos, não aquilo que vê;
b) a criança descobre e conquista a forma;
c) não há uma relação temática entre os objetos desenhados;
d) não há uma relação espacial entre os objetos desenhados;
e) começa a surgir a figura humana;
f) surge na criança a vontade de escrever (grafismos);
g) começam a ser construídos símbolos.
O desenho da fase pré-esquemática, como a pintura, a fala, o jogo, etc, é uma representação própria do pensamento da criança nessa fase. Qualquer que seja o caminho tomado a conquista é imensa.
A criança organizou seus desenhos espacialmente; pessoas, flor e casa no chão, e, sol, nuvem e arco-íris no céu, mesmo tendo tamanhos desproporcionais. Fez formas fechadas, linhas retas e curvas. As figuras humanas estão sorrindo e de braços abertos, o que pode indicar alegria, acolhimento e comunicação. A casa é um forte elemento na vida da criança, assim como a família, pois, a criança apontou sua produção referindo-se como sendo sua casa, seu pai e sua mãe. Percebe-se que a ela não fez pressão ao desenhar e ao terminar o desenho, não quis pintar.

3. FASE ESQUEMÁTICA (7 a 9 anos)

A criança domina o espaço da folha de papel, coloca todos os elementos numa linha de base que pode representar não só o chão, mas também o piso, a rua ou qualquer outra coisa. Às vezes, a criança cria soluções intermediárias entre as linhas do chão e de céu, como: pássaros, borboletas, árvores, etc.
“Quanto mais caminha para o período operatório, mais organiza seus desenhos de forma coerente e objetiva. Observa-se uma crescente organização espacial analógica à realidade e uma preocupação em detalhes e fidelidade às cores, formas e proporções reais” OLIVEIRA (1994, p.46).
Resumindo, as principais características dos desenhos esquemáticos são:
a) as figuras se encontram organizadas segundo temas e com uma ordem espacial clara;
b) as formas são compostas de quadrados, triângulos, círculos, etc;
c) as coisas da terra se localizam na borda inferior da folha, as coisas do céu na parte superior;
d) há uma proporção, em termos de escala, entre as figuras e há uma integração dos temas;
e) há intenção do que representar e de como representar, permitindo a elaboração de projetos individuais ou coletivos.
A criança domina o espaço da folha de papel, ou seja, desenha por todo o papel, distribuindo os desenhos com critérios específicos, como, coisas de base ou chão e coisas do céu, como fumaça, borboletas, nuvens, pássaros e sol.
Apesar das crianças percorrerem o mesmo caminho para desenhar, o desenvolvimento do desenho não é idêntico para todas as idades, porque depende das experiências de desenhar, das oportunidades de investigação e experimentação de diferentes materiais, das dúvidas, certezas e formas de pensar de cada criança, assim como da influência da cultura social e regional.
As crianças estão imersas em culturas que são também visuais e as imagens às quais elas têm acesso diversificam suas idéias sobre o desenho. Esse repertório alimenta as crianças, portanto, não trazem mais a visão espontâneísta, mas sim cultural (Corsi).
Por isso, desde a educação infantil deve-se propiciar um universo rico de aprendizagens em desenho, ampliando o repertório cultural das crianças através da diversidade de idéias e ações artísticas, de materiais a serem explorados e da socialização dos desenhos feitos nos ambientes da escola. Pois os desenhos das crianças transformam-se também em função dos modelos visuais de seu meio e das suas experiências artísticas.
“O desenho espontâneo dá lugar ao desenho cultivado, que, influenciado pela cultura, mantém seu epicentro na criança, sujeito criador informado que produz como protagonista de seus desenhos” (IAVELBERG, 2006, p.12).

Objetivos gerais:

* Valorização das próprias produções, das outras crianças e da produção de arte em geral.
* Produzir trabalhos de artes,utilizando a linguagem do desenho.
* Desenhar de acordo com diferentes estímulos sensoriais.
* Descobrir possibilidades gráficas.
* Trocar repertório gráfico com os colegas.
* Produzir interferências criativas.
* Envolver-se com pesquisas em torno do desenho;

A avaliação dos trabalhos também vai determinar a evolução das futuras produções artísiticas. Por isso, é necessário valorizar o desenho de todos e dialogar com os alunos sem impor o juízo estético adulto.

ATIVIDADE DIVERSIFICADA: LEITURA

Especialistas afirmam que quanto mais cedo as crianças tiverem contato com textos orais e escritos, maiores serão as chances de gostarem de ler. Ao folhear um livro, tocá-lo e observar suas figuras, mesmo que ainda não decodifique a língua escrita, a criança está ao seu modo praticando a leitura e, esta prática de leitura é denominada de “Letramento” por Magda Soares.
A criança que ainda não sabe ler convencionalmente pode fazê-lo por meio da escuta da leitura do professor, ainda que não possa decifrar todas e cada uma das palavras. Ouvir um texto já é uma forma de leitura. É de grande importância o acesso, por meio da leitura pelo professor, a diversos tipos de materiais escritos, uma vez que isso possibilita às crianças o contato com práticas culturais mediadas pela escrita. RCNEI (1998, vol 3)
Segundo Emelisa Monteiro, realidade e fantasia fazem parte do universo infantil, e propiciar momentos em que as crianças os vivenciem por meio da leitura é papel do educador. Ao ler histórias, ajudamos a ampliar o vocabulário, a imaginação, abrimos as portas do mundo e mostramos que através da leitura podemos conhecer o universo. O principal é que possamos apresentar a leitura como um prazer a ser desfrutado por todos nós.
As práticas de leitura para as crianças têm um grande valor em si mesmas, não sendo sempre necessárias atividades subsequentes, como o desenho dos personagens, a resposta de perguntas sobre a leitura, dramatização das histórias etc. Tais atividades só devem se realizar quando fizerem sentido e como parte de um projeto mais amplo. Caso contrário, pode- se oferecer uma ideia distorcida do que é ler RCNEI (1998, vol 3).
Parte do que ocorre com a escuta de histórias contadas também ocorre com a escuta de histórias lidas: encanta-se e entrar em contado com narrativas de diferentes Gêneros e culturas que possibilitam à criança olhar para si ao ver-se refletida nas experiências criadas pelos autores para os personagens. Entretanto, ao apreciar uma história lida pelo professor, a criança tem possibilidade de reconhecer as marcas específicas da língua escrita, o vocabulário e as convenções próprias dos seus diferentes gêneros, e, sobretudo, de perceber a permanência do texto escrito.
O propósito central da leitura de histórias para as crianças é favorecer o seu ingresso no mundo letrado, por meio de uma experiência lúdica e prazerosa. Quando o professor lê para as crianças está apresentando um texto, uma narrativa, e ampliando seu universo cultural, mas ele também está oferecendo modelos de comportamento leitor que incluem todo o gestual da leitura, o cuidado com o livro, os comentários sobre o texto.
Quando ao propósito pedagógico, o primeiro aspecto a cuidar com relação à leitura é a seleção criteriosa do texto e do livro a ser lido para as crianças. Se desejarmos mostrar às crianças que o texto escrito é permanente, é fundamental que o professor mantenha-se fiel ao texto escrito quando lê para as crianças, o que poderá repetir diversas vezes enquanto elas estiverem interessadas em ouvi-lo.
Para que a leitura se dê de modo fluente e expressivo, o que favorece a compreensão do texto pelas crianças, o professor precisa:
* Ler e preparar a leitura com antecedência, lendo diversas vezes o livro, inclusive em voz alta;
* Na escolha do acervo para crianças pequenas, considerar a qualidade e a força das imagens;
* Cuidar para que as ilustrações não reforcem estereótipos e preconceitos que produzam associações indevidas e cristalizadas na forma como os personagens são caracterizados. Associações entre o belo e o bom, entre o feio e o mau ou pobre, entre a etnia ou gênero e o papel social, são freqüentes e devem ser objeto de atenção.
Objetivos:
* Escutar textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor.
* Ampliar o repertório de poesias, músicas e historias conhecidas pela turma.
* Utilizar a linguagem oral, adequando-a a uma situação comunicativa formal.
Escolher os livros para ler e apreciar.
* Interessar-se por ler palavras e textos ainda que não de forma convencional.

Avaliação:
Através das observações das aulas executadas o professor deverá observar o que as crianças já sabem sobre leitura (que comportamentos leitores manifestam?) e sobre as histórias trabalhadas (os livros preferidos, as histórias conhecidas e aquelas que são capazes de reproduzir trechos oralmente.


ATIVIDADE DIVERSIFICADA: TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

As tecnologias de informação são as formas de gerar, armazenar, veicular e reproduzir a informação. As tecnologias de comunicação são as formas de difundir informação, incluindo as mídias mais tradicionais, da televisão, do vídeo, das redes de computadores, de livros, de revistas, do rádio, da telefonia etc. Com a associação da informação e da comunicação, há novos ambientes de aprendizagens, novos ambientes de interação.
Estudos mostram que a sua utilização das TICs desde cedo, possibilita à criança uma maior e melhor integração a essa sociedade tecnológica, onde seu domínio torna-se extremamente necessário.
O uso dessas ferramentas deve estar aliado à proposta pedagógica da escola a fim de contribuir com o processo de ensino aprendizagem, não deve ser incorporado simplesmente como um passatempo.
O papel do professor, portanto, é dar sentido ao uso das tecnologias, produzir conhecimento com base em labirinto de possibilidades. Nesta perspectiva, antes de realizar uma aula utilizando as TICs, é necessário que o professor faça um planejamento bem orientado, levando em consideração a faixa etária das crianças, a organização do ambiente, os equipamentos disponíveis, o tempo, o espaço, a contextualização e articulação com os conteúdos de aprendizagem, a fim de promover uma experiência interativa e significativa para as crianças.
Assim, o uso das TIC’s favorece a democratização do acesso à informação, a troca de informações e experiências, a compreensão crítica da realidade e o desenvolvimento humano, social, cultural e educacional. Tudo isso poderá levar à criação de uma sociedade mais justa e igualitária.
A educação infantil por ser a porta de entrada das crianças na instituição escolar, não pode eximir-se da obrigação de introduzir os pequenos nas linguagens e interações que ocorrem através das TIC’s, pois as crianças precisam desse aparato para desenvolver suas potencialidades em seu contexto social, onde essas tecnologias já estão há muito presentes.

OBJETIVO GERAL:
Integrar diversas tecnologias às práticas de ensino/aprendizagem.

Avaliação:
A avaliação será feita mediante o registro de observação, considerando a participação, o interesse, a organização, o comportamento e a capacidade de na interação das crianças na realização das atividades propostas.


ATIVIDADE DIVERSIFICADA: BRINCAR

Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança realiza atividades essenciais para o seu desenvolvimento, ao mesmo tempo em que se torna participante efetiva de seu meio sociocultural.
Segundo Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida.Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
Brincar na visão de Vigotsky (1998), é uma atividade específica da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Outro grande estudioso que justificou o uso do brincar no processo educativo, foi Friedrich Fröebel (SANTOS,1999). Para ele, o brincar, pelo ato de brincar desenvolve os aspectos físico, moral e cognitivo da criança. As suas teorias concebem as brincadeiras como atividades orientadas e também livres, nas quais os brinquedos são vistos como suporte para a esta ação, proporcionando a aquisição de habilidades e conhecimentos. Entretanto, ele defende, também, a necessidade da orientação do adulto para que esse desenvolvimento ocorra.
Nesses momentos lúdicos, a criança representa situações vivenciadas (ou que gostaria de vivenciar) e, assim, se relaciona com seus pares. É também nessa hora que ela pode se comportar de maneira mais avançada em relação à sua idade. Ela aprende a desempenhar papéis, a reproduzir gestos e falas de pessoas ou de personagens de histórias e a inventar roteiros por meio das linguagens corporal, musical e verbal. Sendo assim, é importante que a instituição escolar acolha a brincadeira como uma das principais ocupações da infância e promova atividades que favoreçam a criação de situações imaginárias para atuar em seus processos de desenvolvimento. Vygotsky assinala que uma das funções do brincar é permitir que a criança aprenda a elaborar e a resolver situações conflitantes que ela vivencia no dia a dia. Para isso, ela usará capacidades como observação, imitação e imaginação. O autor também afirma que é por meio da imitação que a criança aprende. Ao imitar, ela não está simplesmente copiando um modelo e, sim, reconstruindo aquilo que observa nos outros. Assim, terá a oportunidade de realizar ações que estão além de suas capacidades. Isso ocorre quando ela faz de conta que é médico, mãe, professor etc. Sabe-se que o brincar deve permear todas as práticas da Educação Infantil.
Objetivos:
* Integrar turmas de diferentes faixas etárias com brincadeiras simbólicas.
* Desenvolver competências relacionadas ao brincar.



Avaliação: Através da observação e registro do educador sobre os processos de aprendizagem e ações desenvolvidas com as crianças, bem como da qualidade das interações estabelecidas entre criança e criança e criança – adulto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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