Era uma vez um príncipe. Ele desejava ter uma princesa, mas uma que
fosse princesa de verdade. Por isso viajou pelo mundo todo à procura de uma assim,
mas sempre havia alguma coisa de errado. Não faltavam princesas em toda parte,
mas ele nunca conseguia ter certeza de que eram verdadeiras princesas. Havia sempre
alguma coisa que não estava muito certa. Ele voltou para casa triste e abatido,
pois decidira em seu coração casar-se com uma princesa real.
Uma noite, uma tempestade terrível desabou
sobre o reino. Raios chispavam, trovões
roncavam e chovia a cântaros –
realmente pavoroso! Inesperadamente, ouviu-se uma batida no portão da cidade, e
o rei em pessoa foi abri-lo. Havia princesa parada lá fora. Mas valha-me Deus! Que
figura ela era debaixo daquele aguaceiro, sob um tempo daqueles! A água
escorria pelo cabelo e suas roupas. Jorrava pelas pontas dos sapatos e entrava
de novo pelos calcanhares. E, mesmo assim, ela insistiu que era uma verdadeira
princesa.
“Bem, isso é o que vamos ver, daqui a
pouco!”, pensou a rainha. Não disse uma palavra, mas foi direto ao quarto,
desfez a cama toda e pôs uma ervilha sobre o estrado. Sobre a ervilha empilhou vinte colchões e depois estendeu
mais vinte edredons dos mais fofos por cima dos colchões. Foi ali que a
princesa dormiu aquela noite.
De manhã, todos perguntaram como ela
havia dormido. “Ah!, pessimamente!”, respondeu a princesa. “Mal consegui pregar
o olho a noite inteira! Sabe Deus o que havia naquela cama! Era uma coisa tão
dura que fiquei toda cheia de manchas pretas e azuis. É realmente medonho.”
Então, é claro, todos puderam ver que era realmente uma princesa, porque
tinha sentido a ervilha através de vinte colchões e vinte edredons. Só uma
princesa verdadeira podia ter a pele assim tão sensível.
Diante disso o príncipe se casou com ela,
pois agora sabia que tinha uma princesa de verdade. E a ervilha foi enviada
para um museu, onde está em exibição até hoje, a menos que alguém a tenha
roubado.
Pronto. É um bom arremedo de história, não é?
Contos de Fadas de Perrault, Grimm, Anderson e outros.
Tradução de Maria Luiza X. de
A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. p. 247-248.
Vocabulário
chispavam: caíam com faíscas.
a cântaros: em grande quantidade.
estrado: parte da cama que fica embaixo do colchão.
medonho: horrível.
arremedo: reprodução, versão.
Interpretação
do texto
11- O conto "A princesa e a ervilha" apresenta personagens, tempo e espaço que geralmente estão presentes nas histórias imaginadas. Responda:
a) Quem
são os personagens da história?
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b) Essa história se passa em um tempo indeterminado, isto é, que não se sabe quando foi. Copie a expressão que comprova isso.
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c) Copie do texto outras palavras ou expressões que indiquem tempo.
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d) Espaço é o lugar onde a história se passa. Onde essa história se passou?
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Além de personagens, tempo e espaço, nesse conto há alguém que conta a história: o narrador.
2- Releia o trecho a seguir. Pinte de amarelo a fala ou pensamento do personagem e circule de azul a fala de quem conta a história - o narrador.
Uma noite, uma tempestade terrível desabou sobre o reino.
Havia uma princesa parada lá fora.
E, mesmo assim, ela insistiu que era uma verdadeira princesa.
"Bem, isso é o que vamos ver, daqui a pouco!"
"Ah, pessimamente!"
23- Leia
as frases e numere-as na ordem em que os fatos ocorreram.
Como
ninguém acreditou que a moça era uma princesa, a rainha fez um teste colocando
um grão de ervilha na cama em que a moça dormiria naquela noite.
O príncipe e a princesa se casaram e
guardaram o grão de ervilha no museu do palácio.
Era uma vez um príncipe que estava à
procura de uma noiva porque queria se casar.
Então, durante uma tempestade, bateu no
portão da cidade uma moça toda molhada dizendo ser uma princesa.
A moça provou ser uma princesa verdadeira,
porque foi capaz de sentir o grão de ervilha e não conseguia dormir.
34- Por que
o príncipe não encontrava uma noiva?
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45- Conversem: Por que a rainha colocou um grão de ervilha na cama da moça?
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6- Ligue o nome de cada personagem à fala
correspondente.
7- Observe que as falas dos personagens não trazem travessão no início. Pinte, na atividade anterior, os sinais que foram usados para destacar as falas. Esse sinal é outro modo de iniciar a fala dos personagens. Qual é o nome desse sinal? ____________________________
8- O conto que você leu está organizado em momentos, em partes. Cada uma dessas partes do conto tem um nome. Observe a palavra ou expressão destacadas destacadas a seguir.
ligue a parte ao nome correspondente.